Os Correios anunciaram nesta
terça-feira que vão aplicar um reajuste médio de 8% nas tarifas do frete de
encomendas para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e
estadual já a partir do dia 6 de março. A empresa não divulgou uma tabela de
preços praticados no balcão através do Sedex e outros serviços, e também não
informou os percentuais de reajuste para outras localidades do país.
Os Correios afirmaram ainda que se
trata de uma revisão anual de preços e que a definição dos valores cobrados “é
baseada no aumento dos custos relacionados à prestação dos serviços, que
considera gastos com transporte, pagamento de pessoal, aluguéis de imóveis,
combustível, contratação de recursos para segurança, entre outros”.
Bahia
O envio de sedex para cidades do interior, como
Porto Seguro e Juazeiro, fica até 24,47%, passando de R$ 36,70 para R$ 45,68,
em embalagens entre 300 gramas e meio quilo. O envio para Salvador ficará até
15,88%, pasando dos atuais 27,27% para R$ 31,60.
Impacto para venda online
De acordo com o especialistas, os
novos valores de frete vão atingir as transações realizadas no varejo online em
todo país, incluindo pequenos e médios empreendedores. Para órgãos de defesa do
consumidor, essa conta será repassada ao comprador de produtos eletrônicos.
— Esse movimento dos Correios é
muito sério e, em alguma medida, o aumento será repassado ao consumidor final que
faz compras pela internet. O que lamento é não haver mais competição no mercado
de entregas. O que podemos dizer é que deve fortalecer o comércio local e a
regionalização — avalia André Miceli, coordenador do MBA em Marketing Digital
da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Lojistas fazem campanha contra reajuste
O anúncio do aumento levou lojas
virtuais a iniciarem uma campanha na tentativa de mobilizar seus clientes
contra o reajuste. O Mercado Livre, por exemplo, diz que o ajuste impacta
diretamente os pequenos e médios empreendedores, ressaltando que só na
plataforma mais de 110 mil famílias têm as vendas no marketplace como fonte de
renda. O site comparou o custo do frete no Brasil com outros países onde também
opera e diz que o serviço brasileiro seria 42% mais caro do que o da Argentina,
160% mais caro do que o México e 282% mais caro do que o da Colômbia.
Cobrança emergencial no Rio
Os Correios informaram ainda que os
problemas relacionados à segurança pública no Rio de Janeiro chegaram a níveis
extremos e que o custo para entrega de mercadorias na capital sofreu “altíssimo
impacto”. A empresa estabeleceu uma cobrança emergencial de R$ 3 para os envios
destinados à cidade do Rio de Janeiro. A estatal disse ainda que a tarifa extra
foi necessária cobrir custos “de manutenção da integridade dos empregados, das
encomendas e até das unidades dos Correios”. Segundo a empresa, a cobrança
poderá ser suspensa a qualquer momento, desde que a situação de violência seja
controlada.
Fonte: Época Negócios